Vítima de ônibus que tombou na MGC-491 está sem movimento das pernas e braços e aguarda indenização para o tratamento
03/06/2025
(Foto: Reprodução) Montador de móveis de 31 anos está tetraparético e precisa fazer fisioterapia o quanto antes para tentar se recuperar. Homem ferido em tombamento de ônibus na MGC-491 está acamado e precisa de tratamento
Sem poder andar e com risco de perder os poucos movimentos que ainda tem nos braços, o montador Mauro Ferreira, de 31 anos, aguarda um apoio financeiro dos responsáveis pela excursão turística para tentar se recuperar das sequelas do acidente que mudou sua vida .
Ele é uma das vítimas do ônibus que tombou MGC-491, entre Varginha e Três Corações, em 19 de maio, matando duas pessoas e ferindo 30. O acidente é investigado pela Polícia Civil .
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A excursão voltava de uma viagem "bate e volta" de entre Varginha (MG) e Niterói (RJ), quando após o pedágio, o ônibus tombou.
Mauro era um adepto das viagens e do contato com a natureza. No momento do acidente, Ele pensou em proteger a filha de 7 anos.
“Eu disse para ela: ‘Filha, o papai vai te segurar porque o ônibus vai tombar’ e, sendo assim, eu abracei ela”, contou.
Tratamento precisa ser rápido
O montador Mauro Ferreira perdeu o movimento das pernas e parte do movimento dos braços em acidente com ônibus de turismo na MG-491, em Varginha
Reprodução EPTV
Mauro ficou gravemente ferido no acidente. Ele foi socorrido sem sentir as pernas e ficou internado no Hospital Regional em Varginha por 12 dias, onde foi comprovado que ele teve uma lesão nas vértebras próximo ao pescoço e está tetraparético.
“O tetraparético teve uma lesão, mas ainda tem alguns fiozinhos se conectando. Então, ainda tem maior esperança de que, com a reabilitação, ele volte a ter os movimentos”, disse o neurologista Daniel Ribeiro.
Agora, de cama, Mauro precisa de tratamento com fisioterapia o mais rapidamente possível para não ficar totalmente sem o movimento nas pernas e dos braços.
“Existe um um algo que a gente chama uma propriedade chamada neuroplasticidade. O nome parece ser difícil, mas ela quer dizer o seguinte: quanto mais cedo você começar, mais o seu corpo vai se ajudar. Então, a cada dia que passa, menores são as chances, porque essas as células vão como se estivessem se cansando de tentar fazer essa recuperação e o paciente diminui a chance de recuperação”, explicou o médico.
Mas sem trabalhar, Mauro precisa de apoio financeiro para fazer o tratamento e aguarda uma indenização da agência de turismo e da empresa responsável pelo ônibus que ainda não veio. A família vai entrar com uma ação da Justiça solicitando ajuda financeira para as despesas de saúde e questionando as circunstâncias da viagem, entre elas, o período de descanso do motorista.
Acidente envolvendo ônibus próximo a praça de pedágio deixa 2 mortos na MGC-491, entre Varginha e Três Corações
Reprodução / Redes Sociais
“Com relação à negligência, eu acredito que houve falha com relação ao tempo da viagem, ao tempo de parada que foram realizados. Há uma legislação que determina o tempo de descanso, o tempo de parada”, afirmou a advogada Carol Rezende.
A agência responsável pela viagem e a empresa que locou o ônibus disseram que não sabem como foi a conduta do motorista durante a viagem e que aguarda o posicionamento da seguradora para tomar as medidas financeiras em relação aos clientes.
“A minha função não é olhar é a questão de motorista. Até porque eu contrato uma empresa para isso. O motorista estava normal, ele passou o pedágio, ele deu uma acelerada, coisa que todo mundo faz, você o passou o pedágio, você vai dar uma aceleradinha mesmo. A questão financeira, infelizmente a gente tem que aguardar o seguro. É uma seguradora que vai dar todo suporte e infelizmente, nesse caso, a gente tem que aguardar”, afirmou a dona da agência, Priscila do Carmo Bernardes Vitor.
O montador Mauro Ferreira perdeu o movimento das pernas e parte do movimento dos braços em acidente com ônibus de turismo na MG-491, em Varginha
Arquivo pessoal
“A orientação da empresa para os motoristas, para todos os seus empregados, é que cumpram as normas legais. Não se sabe se ele cumpriu ou não, mas ele é orientado a cumprir. A gente está esperando o retorno da seguradora para ver o que a gente pode fazer. Conseguimos agendar com a advogada [de Mauro] amanhã [quarta-feira]. A partir daí, pode ser que a gente estude alguma coisa e veja se há alguma possibilidade de fazer algo, independente do seguro. Mas, a princípio, a gente quer primeiro que a seguradora faça essa visita e faça esse estudo da situação”, afirmou o advogado da empresa de ônibus, José Reis Pedro.
Segundo a seguradora, a empresa tem 30 dias para dar um retorno ao pedido de seguro a partir da entrega da documentação correta.
Enquanto espera, Mauro mantém a esperança de voltar a sua vida normal, na qual não precisa da ajuda financeira nem física de outras pessoas
“Eu tenho uma força e vontade muito grande e uma força de viver surreal que me faz vencer, me faz mexer os braços e que me faz e acreditar que eu ainda vou andar”, afirmou.
Acidente
Mulher e criança de 4 ano morrem em acidente com ônibus de excursão na MGC-491
Duas pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas, após um ônibus tombar na madrugada de 19 de maio próximo à praça de pedágio na MGC-491, entre Varginha e Três Corações (MG). De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas são uma criança de 4 anos e uma mulher de 50 anos.
Segundo a Concessionária EPR Vias do Café, o veículo saiu da pista e caiu no barranco. As duas vítimas morreram no local. Os demais ocupantes que ficaram feridos foram encaminhados ao Hospital Bom Pastor.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, o condutor do ônibus, 48 anos, natural de Três Corações, não recordava o que havia ocorrido.
O ônibus levava turistas que faziam uma viagem de bate e volta até a Praia de Piratininga, em Niterói (RJ). O acidente aconteceu a cerca de 10 minutos do destino final.
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