Marco do Saneamento faz 5 anos, mas universalização pode ficar só para 2070
31/07/2025
(Foto: Reprodução) Metas ambiciosas, prazo curto
O Novo Marco Legal do Saneamento (Leis 11.445/2007 e 14.026/2020) estabelece que, até 31 de dezembro de 2033, 99% da população brasileira tenha água potável e 90% conte com coleta e tratamento de esgoto. Para isso, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) passou a editar normas de referência para padronizar a regulação em todo o país.
No entanto, dois estudos recentes mostram que, mantido o ritmo atual, a universalização pode demorar quase quatro décadas a mais:
Instituto Trata Brasil (2024): estima que, se nada mudar, o país só deve alcançar a meta em 2070 — 37 anos além do prazo legal — exigindo R$ 509 bilhões em novos investimentos
Centro de Liderança Pública (CLP, 2025): confirma a projeção e lembra que 32 milhões de brasileiros ainda vivem sem água encanada, enquanto 90 milhões não têm esgoto tratado
“O Marco Legal coloca metas ambiciosas, mas viáveis se acelerarmos a digitalização do saneamento”, avalia Gustavo Zarife, VP South America da Netmore.
“Com investimentos em medidores inteligentes, o Brasil pode estabelecer em poucos anos uma infraestrutura capaz de monitorar em tempo real estações elevatórias, redes de esgoto e até sistemas de energia que alimentam o tratamento”, explica.
Segundo o executivo, isso melhoraria a eficiência operacional, atrairia novos investimentos e ampliaria a oferta do serviço sem exigir grande complexidade tecnológica.
Principais gargalos do saneamento
Para entender por que o avanço ainda é lento, vale observar os principais gargalos apontados pelo mercado e quais entraves ainda dificultam o cumprimento do Marco Legal:
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Por que a Internet das Coisas virou prioridade no saneamento
Para Gustavo Zarife, a Internet das Coisas é uma prioridade imediata para destravar o setor de saneamento. Sensores de baixo consumo, como os baseados em LoRaWAN, permitem monitoramento em tempo real e transformam a operação das concessionárias.
Gustavo Zarife, VP South America da Netmore Group
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“Com a leitura remota, conseguimos reduzir fraudes e erros de faturamento e identificar perdas em tempo real, fatores essenciais num país que ainda desperdiça cerca de 40% da água tratada. Esses dados viabilizam a manutenção preditiva, diminuindo custos operacionais e antecipando falhas antes que se tornem problemas maiores”, explica o executivo.
Como superar os desafios para cumprir o cronograma
Além da meta de universalização, as operadoras enfrentam barreiras tecnológicas e financeiras. O quadro a seguir mostra como soluções de IoT podem destravar pontos críticos do cronograma para combater os gargalos e reduzir o atraso no cumprimento de prazos.
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IoT na prática: o exemplo que vem de Marialva (PR)
Um exemplo de como a Internet das Coisas pode transformar realidades vem de Marialva (PR), município com cerca de 35 mil habitantes. A Nexum IoT, do grupo Constanta, em parceria com a Netmore, instalou telemetria em 100% dos domicílios.
A iniciativa conecta micromedidores (hidrômetros inteligentes nas residências), macromedidores (medidores de grande porte nas redes principais) e o controle remoto de poços, permitindo o monitoramento de todo o sistema de abastecimento em tempo real.
Com esses dispositivos, a equipe de saneamento acompanha o consumo e a distribuição instantaneamente, enquanto o morador consulta, via aplicativo, o consumo da sua casa, promovendo o uso consciente da água e facilitando o controle de gastos.
Menos desperdício, mais sustentabilidade
O case de Marialva ressalta os impactos diretos da tecnologia IoT na eficiência da gestão hídrica.
Sensores detectam vazamentos, fraudes ou falhas em tempo real, permitindo ações imediatas que evitam desperdícios na água distribuída.
Hoje, o Brasil perde cerca de 50% da água tratada na rede. Reduzir essas perdas economiza água, energia e produtos químicos usados no tratamento, além de evitar obras caras para expandir a captação, o tratamento e a distribuição.
Projetos como o de Marialva ajudam a acelerar as metas do Marco Legal do Saneamento, tornando possível atingir a universalização no prazo previsto.
“Reduzir as perdas de água é um cuidado essencial com o meio ambiente. A água é um recurso finito e cada vez mais escasso. Usar a tecnologia para evitar desperdícios e promover o uso eficiente da água significa mais sustentabilidade urbana, garantindo que esse bem seja preservado para as próximas gerações”, explica Felipe Duque Estrada, CEO e fundador da Laager Tecnologias Sustentáveis, do Grupo Constanta.
A força da rede invisível
Fundada há 10 anos, a Netmore Group é hoje a maior operadora mundial de redes IoT de baixa potência, com cobertura LoRaWAN em 18 países. Ao reunir know how em conectividade confiável e soluções de medição, monitoramento e otimização de recursos, a empresa leva às utilities a infraestrutura invisível para cumprir o cronograma de universalização.
A Netmore pertence a investidores comprometidos com negócios de propósito, como Polar Structure e Fisk Ventures, e atua no modelo network as a service, reduzindo o CAPEX das concessionárias e encurtando o caminho entre a meta legal e a realidade do cidadão.
“A afirmação do CLP escancara o hiato entre meta e realidade. Quando conectamos cada hidrômetro ou medidor de gás, antecipamos falhas e evitamos desperdício de milhões de litros ou metros cúbicos por dia. Rede dedicada de IoT é a infraestrutura invisível que vai encurtar em décadas o caminho até a universalização”, finaliza Gustavo.
A Netmore negocia pilotos com companhias estaduais de saneamento interessadas em reduzir perdas e melhorar indicadores. Se escalados, esses projetos podem trazer 2033 de volta ao horizonte possível. Isso porque o monitoramento inteligente significa menos desperdício e menos necessidade de grandes obras.
Para conferir mais informações ou esclarecer dúvidas sobre as áreas de cobertura, entre em contato com a Netmore Group.
