A dissonância cognitiva dos baby boomers

  • 14/12/2025
(Foto: Reprodução)
Li um artigo instigante da jornalista e escritora Katherine Seligman sobre o que ela chama de “dissonância cognitiva dos baby boomers”. Trata-se de uma espécie de negação dessa geração em se considerar velha, mesmo que seus integrantes já tenham ultrapassado a barreira dos 60 e 70 anos. Os baby boomers (entre os quais me incluo) são aqueles nascidos entre 1946 e 1964. E a carapuça serve – quem está nessa faixa etária sabe o que a expressão significa. Baby boomers: aqueles nascidos entre 1946 e 1964 continuam ativos Centre for Ageing Better Enfrentamos com altivez uma lista de mazelas físicas: o joelho que dói, a catarata a ser operada, doenças crônicas que só ficam sob controle com o auxílio de pílulas. Do lado emocional, perdas dolorosas se acumulam: amigos que se afastaram, divórcios, a morte de pessoas queridas. Mas nada é capaz de parar os baby boomers. Estamos cientes de que não continuaremos assim indefinidamente, mas não queremos abrir mão da nossa independência, nem da nossa autonomia. Vale lembrar que esses são dois conceitos distintos, ambos muito caros a quem envelhece. Independência é a capacidade de realizar as atividades do dia a dia, como calçar um par de sapatos a cozinhar. Autonomia se refere à tomada de decisões sobre a própria vida. Significa viver de acordo com seus desejos e suas próprias regras – o negrito é proposital. Mas o que é exatamente a velhice hoje em dia? Com certeza, não é o que costumava ser, e os novos velhos não querem sair de cena e se tornar irrelevantes. No entanto, é preciso considerar o que faremos quando necessitarmos de cuidados. Eu tento cumprir a minha parte, seguindo as orientações sobre as quais escrevo na coluna: me exercito (um pouco menos do que deveria), como bem (talvez um pouco mais do que deveria), zelo pela qualidade do meu sono, tento desafiar meu cérebro continuamente e manter contato com os amigos. Não tenho certeza sobre a extensão da ajuda externa que gostaria de ter, a não ser que estivesse numa condição estável, com esperança de melhora. Por isso, estão prontos meu testamento e minha diretiva antecipada de vontades. É certo que compartilho a dissonância cognitiva da minha geração. Por incrível que pareça, também sou cética sobre o meu envelhecimento e experiências novas me fascinam e me motivam. Coleciono exemplos de conhecidos que acreditam ter encontrado um atalho para a longevidade – confiam em suplementos que os farão chegar aos 120 anos. Se você tiver dinheiro suficiente, há realmente mais opções para muitos anos saudáveis pela frente, mas há um encontro marcado na última estação.

FONTE: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2025/12/14/a-dissonancia-cognitiva-dos-baby-boomers.ghtml


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